terça-feira, 2 de junho de 2020

Dados educação

Quer acessar dados do INEP, mas não sabe como?

Siga este fio que apresentará as principais ferramentas de disseminação dos dados e informações produzidos pelo #INEP: Censo Escolar, Censo da Educação Superior, SAEB, IDEB, Sinaes, ENEM, Enade, PISA e monitoramento do PNE. 
Antes de continuar, é preciso saber se o dado que procuras é sobre Educação Básica (Censo Escolar, SAEB, IDEB, ENEM, PISA) ou Superior (Censo da Ed. Superior, Sinaes, Enade). Depois, se o dado é sobre Brasil, grandes regiões, estados, municípios ou escolas/universidades. 
Praticamente tudo que aparecerá nessa thread se encontra nas seguintes abas da página do INEP: Dados Abertos e Publicações (vide imagem). Explorando estas duas, você terá acesso a (quase) tudo que quiser saber sobre dados, informações e pesquisas do INEP.
CENSOS DA EDUCAÇÃO BÁSICA E SUPERIOR-
Os principais dados estão na Sinopse Estatística da Educação Básica e na Sinopse Estatística da Educação Superior, conjunto de tabelas com números absolutos de matrículas, docentes, turmas, instituições etc.
portal.inep.gov.br/web/guest/sino…
Caso procure documentos consolidados, que explorem graficamente os resultados do Censo Escolar ou do Censo da Educação Superior, navegue em Publicações > Estatística Educacionais. Você encontrará Notas Estatísticas, Resumos Técnicos e outras publicações.
portal.inep.gov.br/lista-de-publi…
Para o Censo da Educação Básica, caso queira algo mais rápido, há o sistema Consulta Matrícula. Ele permite que você obtenha os quantitativos de matrículas da rede pública e privada, por Grandes Regiões, UF e municípios. portal.inep.gov.br/web/guest/dado…
SISTEMA DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA-
Composto por parte censitária (Prova Brasil) e amostral (Aneb). Desde 2017, a Prova Brasil é aplicada a TODAS as escolas públicas nos 5º e 9º anos do Fundamental e 3ª série do Médio, desde que tenham pelo menos 10 alunos na série avaliada.
Antes disso, de 2005 a 2015, a Prova Brasil era apenas para escolas públicas nos 5º e 9º anos do Ensino Fundamental que tivessem pelo menos 20 alunos na série avaliada. Como a inclusão de Ciências é recente, a série histórica existe apenas para Língua Portuguesa e Matemática. 
A partir dos resultados na Prova Brasil, e das taxas de aprovação no Censo Escolar, calcula-se o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), divulgado a cada dois anos pelo Inep, desde 2005. É possível encontrar os dados do SAEB e do IDEB de diferentes formas.
Primeiro, o Painel Educacional explora resultados nas avaliações do SAEB em nível estadual e municipal, junto com dados de contexto (obtidos pelo Censo Escolar e indicadores complementares). portal.inep.gov.br/web/guest/pain…
Segundo, o Portal IDEB por Escola apresenta detalhes sobre cada escola, separadamente. Você pode digitar o Código Inep da escola na busca. Se não souber, use as ferramentas do portal para navegar entre as escolas de um município. idebescola.inep.gov.br/ideb/consulta-…
Terceiro, há um portal antigo do IDEB que fornece resultados em nível Brasil, estados, municípios e escolas, mas sem informações adicionais. É bem simples e permite chegar diretamente no valor do IDEB. ideb.inep.gov.br
Quarto, navegando pela página do IDEB no site do Inep, você pode acessar os portais acima ou materiais complementares (Press Kit, planilhas em Excel, resumo técnico). portal.inep.gov.br/web/guest/ideb
Quinto, navegando pela página Publicações > Avaliações da Educação Básica, você terá acesso a todas as publicações e relatórios sobre SAEB e outras avaliações e exames aplicados pelo Inep, como o Relatório de 10 anos do SAEB (vide imagem).
portal.inep.gov.br/lista-de-publi…
EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO-
Como o ENEM não é pensado para ser uma avaliação do sistema educacional, há menos resultados divulgados sobre ele. Você pode ter uma noção geral do exame na Sinopse Estatística do ENEM: portal.inep.gov.br/web/guest/sino…
Na página do ENEM no portal do Inep, você encontrará uma ampla gama de informações sobre o Exame, incluindo acesso aos portais voltados aos inscritos e participantes. portal.inep.gov.br/web/guest/enem
Ou também pode usar a página Publicações > Avaliações da Educação Básica, para ter acesso aos relatórios, cartilhas e outros documentos complementares sobre o ENEM. Na imagem, uma cartilha sobre a redação. portal.inep.gov.br/lista-de-publi…
PROGRAMA INTERNACIONAL DE AVALIAÇÃO DE ESTUDANTES-
Responsabilidade da OCDE, então você não vai encontrar tantas coisas no site do Inep. Lá, você encontrará links para acessar os resultados na OCDE e algumas poucas publicações nacionais sobre a avaliação. portal.inep.gov.br/web/guest/pisa
De todo modo, o Inep publica um relatório nacional a cada ciclo trienal do PISA. Vale a pena dar uma olhada no Relatório do PISA 2015, uma publicação bastante rica divulgada pelo Inep há alguns anos. download.inep.gov.br/acoes_internac…
SISTEMA NACIONAL DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR-
O Sinaes abrange um conjunto de avaliações da qualidade das instituições de ensino superior. O mais essencial disto são os Indicadores de Qualidade: IDD, CPC e IGC. Para ler mais: portal.inep.gov.br/web/guest/indi…
EXAME NACIONAL DE DESEMPENHO DOS ESTUDANTES-
O Enade é um dos componentes do Sinaes e abrange avaliações de concluintes do ensino superior em ciclos trienais. Os principais resultados podem ser encontrados na Sinopse Estatística do Enade. portal.inep.gov.br/web/guest/sino…
Explore também a página Publicações > Avaliações da Educação Superior para conhecer as publicações sobre o Enade e o Sinaes. portal.inep.gov.br/lista-de-publi…
MONITORAMENTO DO PNE-
Com a promulgação do Plano Nacional de Educação (PNE) para o decênio 2014-2024, o Inep tem mantido atualizados os indicadores de acompanhamento do Plano. A cada dois anos, são publicados os (excelentes) Relatórios de Monitoramento. portal.inep.gov.br/web/guest/dado…
Anualmente são lançados os Cadernos de Estudos e Pesquisas em Políticas Educacionais, coletânea de estudos complementares sobre o PNE. Tratam-se de análises aprofundadas sobre temas variados da Educação Básica e Superior. Confira! cadernosdeestudos.inep.gov.br/ojs3/index.php…
Caso prefira algo mais interativo, o Inep disponibiliza o Painel de Monitoramento do PNE, que te permite explorar meta a meta do Plano, bem como baixar os resultados em planilhas de Excel. portal.inep.gov.br/web/guest/dado…
INDICADORES EDUCACIONAIS-
Outros indicadores gerados pelo Inep (nível socioeconômico, formação docente, média de alunos por turma, aprovação e reprovação, remuneração média) podem ser encontrados em planilhas de Excel na seguinte página: portal.inep.gov.br/web/guest/indi…
MICRODADOS-
Todas os dados produzidos pelo Inep estão disponíveis no formato aberto. Tratam-se dos microdados, bases completas, na menor unidade de agregação, para uso estatístico. Eles permitem replicar qualquer resultado público. portal.inep.gov.br/web/guest/micr…
Curtiu? Divulgue este fio para conhecidos que usam dados do INEP. Há várias ferramentas disponíveis e é preciso ter clareza sobre o que se quer, para se saber onde encontrar. Comece respondendo: que dado eu preciso? para qual ano? em qual nível de agregação?

De Rodrigo da Silva

Faz dez anos.

Em pensar que tudo isso começou com uma bolinha de papel. E não qualquer bolinha: uma bolinha de papel dessas amassadas pra ridicularizar, tacada na careca de um sujeito só pra provocar aquele som característico das pequenas agressões humilhantes.
Ploft.
Lembro como se fosse antes de ontem. Faz uma década.
O JN chamou o Ricardo Molina pra periciar a gravação do atentado. Sete minutos de JN, uma fortuna. O Molina periciou quadro a quadro.
Por uma noite, o Brasil parou em observância ao movimento de um objeto tacado numa careca. A gente ainda levava a sério esse tipo de coisa; era um escândalo.
A gente, vírgula. Tinha quem rejeitasse: militante.
"PIG! PIG!", a blogosfera governista não se conformava. O Paulo Henrique Amorim cuspia, babava, salivava.
Já falavam em golpe nessa época. "Partido da Imprensa Golpista", diziam.
O dedo em riste denunciava a patifaria. A escalada do absurdo crescia em progressão geométrica na pré-história das redes sociais.
O Brasil parou pra discutir se era errado tacar um objeto num adversário político.
No palanque, Lula não perdoava o papel do sujeito alvo da tal bolinha de papel: "Ontem, venderam o dia inteiro que esse homem tinha sido agredido”. Era cera: "uma mentira mais grave do que a mentira daquele goleiro Rojas”.
E então, descobriram que havia mais coisas do que os militantes contavam. Hoje a gente chama de fake news. Naquele tempo o nome era mentira.
Descobriram também um rolo de fita adesiva jogado, além de quinze minutos de cotoveladas na multidão ao redor daquele homem careca.
Tacaram pedras, mastro de bandeira.
Os cinegrafistas das principais emissoras foram forçados a se afastar do tumulto. Uma repórter da Globo levou uma pedrada. O vídeo que entrou pra história teve que ser gravado num celular - e um celular há uma década tinha uma câmera pior que a da Tekpix.
Pra militância, não mudou nada. Trataram tudo como uma bolinha de papel. Fecharam os olhos, trancaram a respiração, taparam os ouvidos. Até hoje tem quem menospreze.
A verdade é que a gente nunca mais foi o mesmo depois daquele dia. Tava liberado sair da verbalização, do campo das ideias, do debate intelectual. Os adversários viraram inimigos. O monstro fugiu da jaula.
Começa com uma bolinha de papel. Termina numa facada.
E então a gente nem se lembra mais do tempo em que era possível sentar pra conversar sobre política sem querer furar os olhos de quem pensa diferente.
O Marcelo Dourado venceu o BBB naquele ano. Parece irrelevante, mas o Brasil também parou naquela final. Foram 154 milhões de votos. O Brasil não tinha 154 milhões de eleitores em 2010. Não dá pra subestimar esse fenômeno.
A raiz do bolsonarismo já estava todinha ali, esperando pacientemente para conquistar o poder. Dourado era o underdog, o anti-herói, o politicamente incorreto, o anti-BBB. Tinha uma suástica tatuada no braço. 
Seu bordão era "força e honra". “Heterossexual não pega aids”, dizia.
O jornal Extra noticiou o acontecimento:
“Favorito no Big Brother 10, Marcelo Dourado é um fenômeno também na internet. Na maior comunidade de apoio ao lutador no Orkut há quase 700 mil membros. Na página principal, Dourado foi parar no cartaz do filme “Todo poderoso” no lugar de Jim Carrey. Nas outras dezenas de comunidades, ele chega a ser chamado de mito por seus fãs.”
Isso mesmo: mito.
Dourado apareceu no palanque antagonizando um homossexual chamado Dicesar. Em pouco tempo foi acusado de homofóbico.
"Estava simplesmente no meu direito de não ficar imitando gay, de não dizer que tenho uma diva dentro de mim. Tinha o direito de dizer não. Por isso, as pessoas se identificaram comigo".
Jean Wyllys, vencedor da edição número cinco, reagiu à contenda dando nome aos bois: fascismo.
"Marcelo Dourado, ao se opor explicitamente à 'licenciosidade' dos coloridos, emergiu como o líder de caráter fascista, que satisfaz a vontade geral de ordem e segurança."
Dourado respondeu atravessado. Disse sofrer de uma nova fobia do século vinte e um.
“Se eu chamar alguém de v*ado, sou acusado de homofóbico. Agora, podem me chamar de líder fascista. Qual a diferença? Eu ser chamado de fascista passa batido. Ninguém, nem o Ministério Público veio me defender. Isso é um preconceito danado. Para mim, isso é heterofobia."
Por que ele havia vencido a edição? A resposta estava na ponta da língua:
"Falava de valores que as pessoas querem resgatar, como honra e lealdade. Muita gente não se identifica com essa idéia de homem moderno que faz tanta coisa em função da estética. Existem mulheres e homens que acham que o legal é ser mais tradicional mesmo. Homem é homem. Mulher é mulher. Existem valores perdidos. Não estou falando de opção sexual. Liberdade não é oba-oba."
Faz dez anos, uma década. A gente viu tudo isso nascer na televisão, quadro a quadro, com direito à perícia. Já estavam todos os ingredientes ali. 
Gente menosprezando agressividade política, gente reclamando de politicamente correto. Gente condenando a ascensão de um "líder de caráter fascista", gente chamando underdog de "mito".
Nunca uma bolinha de papel e um reality show disseram tantas coisas sobre o futuro de um país.

Os sonhos da Fadinha

Os sonhos da Fadinha O problema real do Brasil não é a "tirania do mérito", mas a ausência de uma base de direitos para que o méri...