quinta-feira, 8 de abril de 2010

8 SÉRIE 1 BIMESTRE

8. SÉRIE 1. BIMESTRE

              Introdução

              O objetivo desse estudo é trabalhar as diferenças manifestações da globalização nas diferentes escalas geográficas para que o processo seja percebido e compreendido nas dimensões do lugar, região e do mundo. Isso vai auxiliá-lo na compreensão das distintas formas de inserção do lugar no mundo, e do mundo no lugar, e dos meios como os transportes e as comunicações que são a base do processo que caracteriza o período contemporâneo. Será preciso explicitar a importância do desenvolvimento das técnicas humanas que, entre outras maneiras, pode ser apreendido por meios de 3 revoluções a técnica (máquinas a vapor e métodos fabris de manufatura) a tecno científica (eletricidade, motores e ligas metálicas) e a tecnológica (automação, computadores, controle e comunicações)
              Será estudado também como se processou a reoganização geopolítica do muro após a queda do Muro de Berlin (1989) e de que maneira as novas configurações geográficas, como os blocos econômicos supranacionais e de poder, irão repercutir no processo geral de globalização.
              A seguir, em busca dos desdobramentos da globalização, serão estudadas as diversidades e desigualdades regionais existentes nesse processo, a criação dos blocos econômicos, as transformações do espaço provocado pelo processo de globalização, a força política provocada pelas governos e as grandes empresas multinacionais.
              Porém a globalização não teria ocorrido sem grande avanço técnico cientifico, que se incorporou ao espaço geográfico. As fases anteriores de ampliação das relações na escala mundial iniciaram-se com a Revolução Técnica, ocorrida a partir de meados do século XIV e início do século XV, caracterizado pela mecanização do espaço. Mas foi com a Revolução Tecnológica desencadeada após a Segunda Guerra Mundial, que a globalização se configurou. Temos que entender que o processo de globalização na economia e no cotidiano das pessoas, além de entender e constatar as diversidades e desigualdades regionais, apesar da tendência da padronização.

A PRODUÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO GLOBAL

LINTON, RALH, O Homem, introdução à antropologia
             
(...) O Cidadão norte-americano desperta num leito construído segundo padrão originário do Oriente Próximo, mas modificado na Europa setentrional, antes de ser transmitido à América. Sai debaixo de cobertas feitas de algodão, cuja planta se tornou doméstica na Índia; ou de linho ou de lã de carneiro, e um outro domesticados no Oriente Próximo; ou de sede cujo emprego foi descoberto na China. Todos esses materiais foram fiados e tecidos por processos inventados no Oriente Próximo. Ao levantar da cama faz uso dos mocassins que foram inventadas pelos índios das florestas do leste dos EUA e entra no quarto de banho cujos aparelhos são uma mistura de invenções européias e norte-americanas, uma e outras recentes. Tira o pijama, que é vestuário inventado na Índia, e lava-se com sabão que foi inventado pelos antigos gauleses, faz a barba que é um rito masoquista que parece provir dos sumerianos ou do antigo Egito (...) Enquanto fuma, lê notícias do dia, impressas em caracteres invetados pelos antigos semitas, em material invetado na China e por um processo inventado na Alemanha. Ao inteirar-se das narrativas dos problemas estrangeiros, se for um bom cidadão conservador, agradecerá a uma divindade hebraica, numa língua indo-européia, o fato de ser 100% americano (...)

              O espaço geográfico é uma construção humana sobre uma superfície natural transformada, uma construção composta por um conjunto de diversas obras e edificações, que estão ali dispostos para possibilitar a interação dos homens. Por tudo isso o espaço geográfico é parte integrante da sociedade.
              Existem três grandes níveis de escala no processo de globalização 1º local, 2º regional e o 3º global. Vivemos em um mundo em que os produtos que consumimos vem de diversos lugares, como as peças de vestuário, vindas da China e de outros países do Sudeste asiático, enquanto que a maioria dos automóveis, embora fabricados em sua maioria no nosso país, são provenientes de empresas com sedes originais em outros países, como Alemanha, França, Itália, EUA e Japão.







             




Ficheiro:Worldmap LandAndPolitical.jpg
              Com o global, notamos uma certa homogeneização dos lugares a partir da uniformização dos processos produtivos, do consumo e dos hábitos, além da expansão das corporações para regiões fora de seus país de origem! Contudo, qual é o “motor” da globalização? As grandes navegações e o processo de colonização de novos espaços pelos europeus ocorreram no chamado período técnico, havendo grandes avanços como a bússola, a imprensa, a máquina a vapor, telégrafo, são alguns exemplos que a humanidade incorporou nesse período. Essas técnicas possibilitaram a certos países a atuar numa escala global, acelerar os contatos e as trocas, ter acesso a novos bens e outras culturas, expandindo assim sua força econômica, que já se construía como um regime capitalista. Mas, se podia nesse momento falar-se em globalização ? Ainda Não. A globalização no presente tem outra força e outra qualidade. Antes de tudo, ela é fruto da revolução tecnológica nas comunicações e na eletrônica, que encurtou as distancias, e criou novas formas de comunicação e organização. Tais alterações também podem ser consideradas como responsáveis pelas grandes mudanças no cenário geopolítico do século XX, alimentando novas formas de organização econômica ao aproximar mercados e reorientá-los em blocos comerciais.
              Essa reorganização é diferente daquela manifestada durante o período da “Guerra Fria” quando o mundo era polarizado por forças hegemônicas lideradas pelo Estados Unidos (EUA) e a União Soviética (URSS) que utilizaram seus sistemas econômicos – capitalismo e socialismo como forças de pressão internacional.
              O período global está intimamente ligado à aceleração do tempo, característica chave do processo de globalização. O que é essa aceleração ? É algo que muda nossas relações com a distancia geográfica, agora mais facilmente transposta. Trata-se da compressão tempo-espaço, como pode ser observada na figura já clássica. O encolhimento do mapa mundo é graças as inovações nos transportes “que aniquilam o espaço por meio do tempo.”
              O processo de globalização é a incorporação de novas tecnologias no espaço, ou seja, o advento da revolução tecnológica, ainda em andamento é responsável também pela integração de economias e mercados. No entanto é possível fazer com que os alunos percebam que se trata de um fenômeno que vai muito além da integração econômica e de mercados, que ser si só já é um evento de grande complexidade. As empresas multinacionais transformaram-se em transnacionais e atualmente são empresas globais. Os mercados não são mais apenas locais, mas planetários. Temos a universalização do sistema produtivo, do sistema financeiro e das formas de comunicação. Essa universalização, no entanto, não engloba todos os segmentos de uma sociedade e não há, por exemplo, uma universalização da política, E mesmo a existência de um espaço global não é possível de ser afirmada. O que na verdade existe é um conjunto de espaços nacionais e algumas redes que atuam na escala global, não é possível de ser afirmada. O que na verdade existe é um conjunto de espaços nacionais e algumas redes que atuam na escala global. Será que todos os lugares e povos são atingidos pela globalização?
              Não são todos os lugares que são atingidos pelo processo de globalização no território brasileiro e mesmo no estado de São Paulo. Alguns exemplos podem ser lançados caso eles não apareçam na participação dos estudantes, como comunidades indígenas, áreas quilombolas, camponesas. A globalização não é universal, ela implica numa maior interdependência dos países entre si e das pessoas de certa maneira, numa articulação instantânea entre os diferentes lugares do mundo, numa certa tendência a uniformização de padrões culturais.
              Pode-se dizer que a multiplicação dos espaços de lucro, domínios de mercados, locais de investimento e fontes e matérias primas, foi uma força que conduziu o mundo à globalização. Entretanto, até este momento há limitações para a ampliação do fenômeno, o progresso técnico atinge poucos paises e regiões.

GLOBALIZAÇÃO E REGIONALIZAÇÃO

A GLOBALIZAÇÃO IMAGINADA

Garcia CANCLINI

“Quando escutamos as diversas vozes que falam da globalização, surgem os problemas os contra-sensos. Ao mesmo tempo em que é concebida como expansão dos mercados e, portanto, da potencialidade econômica das sociedades, a globalização reduz a capacidade de ação dos Estados Nacionais, dos partidos, dos sindicatos e dos atores políticos clássicos, em geral. Produz maior intercambio transnacional, mas enfraquece a segurança de se pertencer a uma nação, porque as tarefas de decisão da política nacional parece que são transferidas para as empresas ou as corporações em uma economia mundializada. Os governos nacionais ficam reduzidos a simples administradores de decisões alheias
Falar de globalização é falar de integração supranacional, isto é, uma integração que não depende das barreiras ou das fronteiras nacionais. Um dos principais obstáculos para que os cidadãos acreditem nestes projetos de integração supranacional são os efeitos negativos dessas transformações nas sociedades nacionais e locais. É difícil obter consenso popular para mudanças nas relações de produção, comércio e consumo que tendem a enfraquecer os vínculos das pessoas com o seu território nativo, a suprimir postos de trabalho, aumentando o desemprego e achatar os preços dos produtos locais.
Os cidadãos se sentem impotentes quando a referencia de poder é uma empresa transnacional que fabrica peças de um automóvel ou de um televisor em quatro países, monta o produto em um quinto e tem os seus escritórios em outros dois ou três. Essa distancia equivale, as vezes àquela que experimentamos ao receber mensagens pela televisão, pelo cinema, pela internet, vindas de lugares não identificáveis. A pergunta que surge é se perante esses poderes anônimos ou translocalizados pode haver sujeitos na produção e no consumo. Cada vez mais trabalha-se para outros, mas não patrões ou chefes identificáveis e sim empresas transnacionais anônimas que ditam, a partir de lugares obscuros e também não identificáveis, regras indiscutíveis e inapeláveis.
As relações estabelecidas entre cidadãos e as entidades supranacionais são distantes. A globalização estimula a concorrência internacional e desestrutura a produção local ou nacional. Em relação à cultura, favorece a expansão, de industrias culturais com capacidade de homogeneizar os gostos e os costumes. Destrói ou enfraquece os produtores locais pouco eficientes. Em uns poucos casos, dá a essas culturas a possibilidade de estilizar-se e difundir sua musica, suas festas e sua gastronomia por meio de empresas transnacionais.
A concentração nos Estados Unidos, Europa e Japão da pesquisa científica e das inovações em informação e entretenimento aumentam a distancia entre o que se produz nos paises desenvolvidos e a produção raquítica e desatualizada das nações periféricas. O poder dos sindicatos é cada vez mais limitado, e o nome que as empresas sem rosto, com marca, mas sem nome, dão a isso é flexibilização da produção e do trabalho. Na verdade, o que se torna instável, mais do que flexível, são as condições de trabalho, o trabalho é rígido porque é incerto, o trabalhar deve cumprir à risca os horários, os rituais de submissão, a adesão a uma ordem alheia que acaba sendo interiorizada para não perder o salário.
Exemplo de como isso acontece: são 21:10 no aeroporto de Berlin, uma voz corriqueira e amável comunica aos exaustos passageiros que podem afinal embarcar com destino a Hamburgo. A voz pertence a uma funcionária que está sentada diante de seu painel eletrônico, na Califórnia!
Depois das 16 Horas, hora local em Berlin, a locução do aeroporto é feito na Califórnia, por razões tão simples como inteligentes. Em primeiro lugar, ali não é necessário pagar mais por serviços fora do horário comercial. Em segundo lugar, os custos salariais para a mesma atividade são consideravelmente mais baixos na Califórnia do que na Alemanha.
De maneira semelhante, as peças de entretenimento (programas de TV, videoclipes, telenovelas) são produzidas por outro agentes distantes, também sem nome, como as logomarcas CNN, Televisa, MTV cujo título completo a maioria muitas vezes desconhece. Em que lugar são produzidos esses thirllers, telenovelas, noticiários e seriados ? Em Los Angeles, na Cidade do México, em Buenos Aires, em Nova York, ou, quem sabe, num estúdio disfarçado em certa baía dos Estados Unidos. Afinal, a Sony não era japonesa? Que é que que ela faz, então transmitindo de Miami ?

GLOSSÁRIO

              Intercambio transnacional – comércio ou troca entre diferentes nações, sem limitações estabelecidas pelas fronteiras, cuja função é a de fechar o território nacional. Não depende das barreiras ou das fronteiras nacionais.
              Supranacional – tudo o que ultrapassa, ou transcende, o conceito de nação.

              Translocalização - Diz-se de uma empresa localizada em diferentes países, produzindo os componentes de um mesmo produto em vários países.


REGIÃO E REGIONALIZAÇÃO

              Tanto no senso comum quanto como conceito geográfico, o termo região apresenta significados muito próximos. Nestes dois casos, expressa a diferenciação entre áreas, ou seja, o que sustenta a noção de região é a idéia de que, na superfície terrestre existem áreas que apresentam diferenças entre si.
              A diferença entre área resulta de processos históricos diferentes e podem ser melhor percebida quando se estudam as comunidades primitivas. Nelas, a manifestação do trabalho humano foi responsável por imprimir marcas e formas de ocupação próprias que as caracterizaram como únicas. Além disso, as singularidades ocorreram em função das diferentes formas de apropriação e descoberta das técnicas. Algumas incorporaram o uso de técnicas diferenciadas em tempos também diferentes, sendo responsáveis pela produção de artefatos sociais também diferenciados.
              A acumulação desigual dessas técnicas, resultantes de tempos também desiguais, fez com que cada uma delas deixasse impressa na paisagem marcas e formas de apropriação próprias e singulares.
              No decorrer da história humana, com o desenvolvimento do comércio e em função dos processos migratórios, muitas vezes impulsionadas por condições naturais adversas, o contato entre distintas sociedades deixou aparente as marcas que as diferenciavam.
              As diferenças entre as regiões do planeta acentuaram-se de forma notável a partir do estabelecimento do sistema capitalista e principalmente em decorrência da intensificação do processo de globalização, desencadeado a partir do século XV, e que provocou profundas transformações nos modos de produção e nas formas de contato entre povos e nações. Para melhor compreendermos como este processo se instalou, é fundamental analisarmos os seguintes pontos
              A divisão territorial do trabalho, intensificada após as grandes navegações foi responsável pela definição de modos de produção diferenciados em áreas diferenciadas. A diferença dos papéis sócio-economicos entre metrópole e colônia foi responsável de um lado, pela criação de áreas de produção manufatureira, e de outro, pela produção agro-exportadora.
              A expansão das técnicas e dos modos de produção capitalista, associada às intencionalidades do capitalismo criou condições para que novas formas de relações de produção fossem incorporadas às sociedades modernas de modo a definir o que como e onde produzir.
              As alterações políticas responsáveis pelo surgimento do Estado Nação, e a forma como os países se organizaram tanto do ponto de vista da sua estrutura interna, como em função de alianças e posicionamentos ideológicos, provocou uma desigual ocupação espacial, assim como uma irregular distribuição das riquezas.
              As enormes alterações no sistema de transportes e nos meios de comunicação, resultantes da incorporação de novas tecnologias, foram responsáveis pelo encurtamento das distancias e maior contato entre povos e nações.

             


PRINCIPAIS PROCESSOS DE INTEGRAÇÃO REGIONAL, 2007

              Esse processo de regionalização, marcada por três grandes blocos, tendo o dólar como referencia monetária, está sob a liderança dos Estados unidos. É fundamental ressaltar que os EUA exercem incontestável inlfuência regional, mas, acima de tudo, sua influencia se dá na escala global.
              O segundo bloco é o europeu, cuja referencia monetária é o euro, sob comando dos países que compõem a união européia e com área de influencia abrangendo o norte da África e parte do Oriente Médio. Esse bloco também exerce poderosa influencia na escala global.
              Finalmente temos o bloco do pacífico ou da Ásia, A referencia monetária ainda é o Iene (japonês) e a área de proteção econômica compreende o chamado Cinturão do Pacífico, a China, a Austrália e a Nova Zelândia, sem esquecer que, neste bloco, a influencia dos Estados Unidos e também muito significativa.
              A China, por exemplo, com seu dinamismo econômico destaca-se, no bloco do pacífico, colocando em cheque a liderança do Japão na região. Mas não somente entre os blocos, o poder das influencias se altera. Entre blocos e regiões, novos laços se estabelecem. O Brasil, por exemplo, tem procurado, estrategicamente, incrementar o intercambio comercial com a China, fazendo acordos comerciais com esse país, e com isso, diminuir suas dependências, e do restante da América do Sul, com os EUA. O Brasil é o principal parceiro comercial da China na América Latina. Empresas brasileiras tem ampliado seus negócios naquele país, exportando, por exemplo, as turbinas geradoras para a hidrelétrica de três gargantas. A cooperação estende-se para o setor aeroespacial, com o desenvolvimento conjunto de satélites para meteorologia e telecomunicações.




Por que essa regionalização do mundo bipolar está ultrapassada? É a partir desta indagação que o professor vai introduzir o debate. Para respondê-la, terá de fazer referencia à chamada Nova Ordem Mundial. Pois é por meio dela que encontraremos as explicações para considerar ultrapassada tanto a regionalização mencionada quanto as outras listadas anteriormente.
              A chamada nova ordem mundial surgiu após a crise da URSS e o fim do império soviético. Depois de um longo período de grande crescimento econômico, impulsionado em um primeiro momento pela rápida industrialização do país, e, posteriormente pela corrida espacial estabelecida entre EUA e URSS, a economia da URSS passou a perder terreno para a dos países capitalistas desenvolvidos e, pela primeira vez, em 1985, o PIB do Japão superou o soviético. Além disso, é importante frisar que a URSS acumulou um atraso em relação ao desenvolvimento tecnológico em setores importantes, como o das telecomunicações e da informática, um dos fatores responsáveis pela desintegração do império soviético. Para enfrentar a crise econômica, a União Soviética passou a investir menos em armamentos e ampliar as aplicações na agricultura e na indústria de bens de consumo. Além disso, passou a desenvolver uma política de aproximação com os EUA.

QUEDA DO MURO


Dois acontecimentos marcam emblematicamente este período:

              A queda do Muro de Berlim – 1989 símbolo da Guerra Fria, e a reunificação da Alemanha, dividia em capitalista e socialista ao término da Segunda Guerra Mundial. O muro de Berlim dividia a cidade em duas partes, Ocidental - capitalista e Oriental. Capitalista.
              Concomitantemente, várias repúblicas que compunham a URSS passaram a reinvidir autonomia, sendo que algumas delas conquistaram a independência, como a Estônia, Letônia e Lituânia e posteriormente em 1991 os presidentes das 11 repúblicas soviéticas criaram a CEI – comunidade dos estados independentes. Com isso a URSS deixou de existir, e pode-se dizer que a Guerra Fria chegou ao fim, acabando com o mundo bipolar.

FILME : ADEUS LENIN

Começa um novo período, uma NOVA ORDEM MUNDIAL, com um mundo multipolarizado, como interpretam alguns ou um mundo subordinado ao sistema capitalista, e com a hegemonoia dos Estados Unidos e das grandes corporações internacionais.
             
E as demais classificações: mudo desenvolvido/subdesenvolvido, centro/periferia até que ponto estão também superadas? A contraposição desenvolvimento/subdesenvolvimento em escala mundial corresponde a um processo histórico, de interdependência entre países e marcado por relações comerciais de troca desiguais, que produzem estruturas econômicas, sociais e espaciais diferenciadas. Trata-se também de uma forma de dividir o Mundo resultante da posição ocupada pelas regiões no mundo interior do sistema mundial e em cada momento histórico.
              Para a compreensão desta problemática, pode-se pedir para os alunos analisarem o gráfico a seguir, que procura reproduzir o modelo centro/periferia, centro dominante, periferia dependente, além da semi-periferia, que corresponderia aos centros com algum desenvolvimento tecnológico.

A INTEGRAÇÃO DE CIDADÃOS OU LOBBY EMPRESARIAL ?

GARCIA, CANCLINI – A globalização imaginada.

              Trabalhadores e consumidores desconfiam quando escutam empresários e governantes anunciarem a nova via para a modernização baseada na globalização e integração regional.
              Pesquisas feitas entre as populações englobadas na União Européia, no NAFTA e no MERCOSUL revelam que a esmagadora maioria não entende como esses organismos funcionam, o que eles discutem nem para que toamam as decisões. E até muitos deputados dos parlamentos nacionais parecem não perceber o que está em jogo em deliberações complexas, cuja informação só é acessível a elites políticas transacionalizadas, ou a técnicos especializados, únicos possuidores das competências necessárias para resolver os problemas europeus, norte-americanos ou latino-americanos, e até para estabelecer a prioridade das agendas.
              Como reagem as sociedades latino-americanas, que nos últimos 50 anos deslocaram a maioria de sua população do campo para as cidades, baseando se no desenvolvimento industrial substitutivo de importações ao se defrontar com essa repentina reordenação que, em uma ou duas décadas, desmonta essa historia de meio século? Os países se desindustrializam, as instancias democráticas nacionais se enfraquecem, acentua-se a dependência economia e cultural em relação aos centros globalizadores. Mas, ao mesmo tempo, em que as integrações econômicas e os convênios de livre comercio regionais emitem sinais de esperança, os acordos de integração intergovernamentais celebram apoio aos setores empresariais e financeiros mais concentrados, tornando a economia mais monopolizada.



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