A história deste poster remete a 1958.
Enquanto o Brasil faturava sua primeira Copa do Mundo, Mao Tsé-Tung instituía o Grande Salto Adiante, um programa de governo que tinha a pretensão de transformar a China numa nação desenvolvida acelerando a coletivização do campo.
Saca só:
Uma das primeiras ações foi a Campanha das Quatro Pragas, que consistia em eliminar os inimigos da produtividade do campo: ratos, moscas, mosquitos e pardais - esses últimos, segundo Pequim, capazes de comer, cada um (e de roubar dos camponeses) quatro quilos de comida por ano.
Em pouco tempo, chineses das mais remotas cidades passaram a usar tudo o que tinham à disposição para matar os animais.
A luta contra os pardais foi a mais intensa. A conta oficial era tentadora: cada milhão de pardais mortos representava comida suficiente para 60 mil pessoas.
Ninhos foram derrubados, ovos quebrados, filhotes assassinados.
Mobilizados, adultos e crianças batiam panelas para assustar os pássaros, fazendo com que inúmeros pardais morressem de exaustão. Quando a tática não funcionava, chineses simplesmente atiravam para onde enxergassem.
O plano não funcionou.
Em 1960, cientistas descobriram que a dieta dos pardais era composta por 3/4 de insetos e apenas 1/4 de grãos. Como não havia pardais disponíveis, o número de gafanhotos aumentou drasticamente. As colheitas começaram a diminuir, em vez de aumentar.
Pra conter a tragédia, Mao chegou a importar 250 mil pardais da União Soviética.
Era tarde demais.
Em questão de meses, 1 bilhão de pássaros morreram, enchendo o campo de insetos.
O resultado do experimento foi um capítulo da História conhecido como Grande Fome Chinesa.
Entre 1958 e 1961, graças às políticas desastrosas do Partido Comunista Chinês, 45 milhões de chineses morreram de fome.
Essa aqui é a curva global de mortes entre 1950 a 2017.
Essa ponta completamente solta na virada para os anos 1960 é a Grande Fome Chinesa.
Em míseros três anos, antes mesmo do Brasil faturar seu segundo caneco em Copas do Mundo, Mao Tsé-Tung havia entrado para a História.
A estupidez de suas ideias políticas, somada à sua completa indiferença à natureza humana, o transformaram no maior genocida do século vinte.