terça-feira, 21 de julho de 2020

A grande fome - Rodrigo da Silva

A história deste poster remete a 1958.

Enquanto o Brasil faturava sua primeira Copa do Mundo, Mao Tsé-Tung instituía o Grande Salto Adiante, um programa de governo que tinha a pretensão de transformar a China numa nação desenvolvida acelerando a coletivização do campo.

Saca só:

Uma das primeiras ações foi a Campanha das Quatro Pragas, que consistia em eliminar os inimigos da produtividade do campo: ratos, moscas, mosquitos e pardais - esses últimos, segundo Pequim, capazes de comer, cada um (e de roubar dos camponeses) quatro quilos de comida por ano.

Em pouco tempo, chineses das mais remotas cidades passaram a usar tudo o que tinham à disposição para matar os animais.

A luta contra os pardais foi a mais intensa. A conta oficial era tentadora: cada milhão de pardais mortos representava comida suficiente para 60 mil pessoas.

Ninhos foram derrubados, ovos quebrados, filhotes assassinados.

Mobilizados, adultos e crianças batiam panelas para assustar os pássaros, fazendo com que inúmeros pardais morressem de exaustão. Quando a tática não funcionava, chineses simplesmente atiravam para onde enxergassem.

 

O plano não funcionou.

Em 1960, cientistas descobriram que a dieta dos pardais era composta por 3/4 de insetos e apenas 1/4 de grãos. Como não havia pardais disponíveis, o número de gafanhotos aumentou drasticamente. As colheitas começaram a diminuir, em vez de aumentar.

Pra conter a tragédia, Mao chegou a importar 250 mil pardais da União Soviética.

Era tarde demais.

Em questão de meses, 1 bilhão de pássaros morreram, enchendo o campo de insetos.

O resultado do experimento foi um capítulo da História conhecido como Grande Fome Chinesa.

Entre 1958 e 1961, graças às políticas desastrosas do Partido Comunista Chinês, 45 milhões de chineses morreram de fome.

Essa aqui é a curva global de mortes entre 1950 a 2017.

Essa ponta completamente solta na virada para os anos 1960 é a Grande Fome Chinesa.

Em míseros três anos, antes mesmo do Brasil faturar seu segundo caneco em Copas do Mundo, Mao Tsé-Tung havia entrado para a História.

A estupidez de suas ideias políticas, somada à sua completa indiferença à natureza humana, o transformaram no maior genocida do século vinte.



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