segunda-feira, 17 de maio de 2021

PRECISAMOS FALAR DA IMUNIDADE TRIBUTÁRIA DE IGREJAS EVANGÉLICAS - DE LEONARDO SIQUEIRA

 PRECISAMOS FALAR DA IMUNIDADE TRIBUTÁRIA DE IGREJAS EVANGÉLICAS.

Para os fanáticos que pensam binariamente e vão problematizar, NÃO É SOBRE FÉ OU RELIGIÃO, é sobre economia.
É sobre como a imunidade banca o enriquecimento de poucos às custas de muitos e deixa o BRASIL +INJUSTO. No Brasil, as igrejas e centros religiosos estão entre as instituições às quais a Constituição garante imunidade tributária.
Isso significa que nem União, nem estados e municípios podem cobrar deles qualquer tributo que tenha incidência sobre o patrimônio ou renda
Sendo mais específico, Igrejas e centros religiosos de qualquer natureza NÃO pagam IPTU, IPVA e Imposto de Renda.
Qual a justificativa?
Uma delas é que a imunidade existe para proteger a liberdade religiosa e permitir que todos os grupos de pessoas possam exercer sua fé. Uma vez vendo o Silas Malafaia falar o porquê da imunidade tributária, que com sua retórica, QUASE me convenceu. Disse que a Igreja tira muitas pessoas do vício, da depressão e do mau caminho.
Eu CONCORDO MUITO. De fato a igreja cumpre esse papel para muitos aos dar esperança. Mas se a lógica for não tributar os bem intencionados, HOSPITAIS também teriam que ter isenção tributária, pois cuidam da nossa saúde. Psicólogos que cuidam da nossa saúde mental, IDEM!
Farmacêuticas também, pois fabricam nossos remédios. E os alcoólicos anônimos? Etc, etc... "Ah, mas essas empresas tem fins lucrativos".
Sim, aliás, esse é UM DOS PROBLEMAS dessa imunidade tributária. O benefício faz vista grossa para o enriquecimento de empresas disfarçadas de igrejas.
Em 2013, a Forbes fez uma lista dos líderes evangélicos mais ricos do Brasil--Basta ver a lista que claro foi questionada por eles.
1. Edir Macedo (Igreja Universal): R$ 2 bilhões
2. Valdemiro Santiago (Igreja Mundial): RS$ 420 MM
3. Silas Malafaia (Assembléia de Deus): RS$ 400 MM
4. R. R. Soares - R$ 125 MM
5. Estevam e Sônia Hernandes - R$ 120 MM Mas não para por aí...
Em setembro de 2020, foi aprovada pelo congresso um projeto para ELIMINAR uma dívida de R$ 1,4 bilhão das igrejas.
O Autor do projeto? David Soares (DEM-SP), filho do Missionário R.R. Soares. Que coincidência, não? Daí alguns podem dizer "pô, você gosta mesmo de imposto, hein? Deixa eles terem isenção."
Justamente por querer um sistema mais justo que falo isso. Se você libera alguns, outros precisam pagar mais. Em geral, os pobres.
Para cada isenção, alguém está pagando essa meia entrada. Mas não para por aí.
Um paper do Rafael Corbi da USP e Fábio Miessi do Insper mostra que a imunidade tributária contribui para multiplicação de igrejas evangélicas.
Sem isenção, três quartos dos templos inexistiriam, encolhendo bancada na Câmara.O modelo teórico utilizado indica que:
- Se as pentecostais tivessem sido taxadas a partir de 1992 em 34%, alíquota média imposta a empresas, a quantidade de templos verificada no país em 2018 seria 74% menor.
- A redução de templos implicariam a queda de 13% a 27%.

E por que quase nenhum político toca nesse assunto? Porque muitos não querem se indispor.
Mas, para mim, não é sobre religião! Que me conhece sabe que frequento igrejas.
É sobre tonar o Brasil mais justo sem imunidade para alguns enriquecerem enquanto os pobres pagam isso. 

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